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s abelhas sempre exerceram um enorme fascínio sobre a humanidade. Não
tanto por produzirem o mel, uma das delícias da natureza, mas, principalmente,
pela organização que rege a vida das colmeias. Nelas, a abelha rainha é
alimentada por 50.000 abelhas operárias e voa uma única vez na vida para
copular com uma dúzia de zangões, cujo esperma retém por várias semanas e que
serve para fertilizar 15 000 ovos. As operárias, por sua vez, se dividem entre
vários serviços ao longo da vida – desde recolher o pólen nas flores até cobrir
as larvas com cera para mantê-las aquecidas – sem que ninguém lhes precise
dizer que é hora de mudar de tarefa. Essas e muitas outras atividades que uma
colmeia envolve se sucedem com tanta precisão que é inevitável comparar a faina
das abelhas com a dos seres humanos. As sociedades ocidentais desde a Grécia
antiga enxergaram a colmeia como microcosmo de si próprias, como espelhos – ou
utopias – de suas formas de governo, de sua política, de sua economia e das
relações entre os sexos em suas organizações familiares.
Na Idade Média, a colmeia foi definida pelos apologistas do feudalismo
como uma comunidade regida por um rei a que todos os trabalhadores admiravam,
um rei tão misericordioso que, mesmo possuindo um ferrão, jamais o usava para
subjugar seus súditos. Até então, pensava-se que a abelha rainha era um macho.
Poderíamos associar a abelha rainha a um presidente, governador,
prefeito, vereador, deputado, senador, mas seria injusto com a própria natureza
das abelhas uma comparação tão esdrúxula, porque uma autoridade fecunda não
pode ser assemelhada a uma maioria usurpadora que ao invés de produzir para
alimentar a sua sociedade, tiram desta, para se manter com as benesses, e a
velha metáfora quando comparava os seres humanos a esses insetos magníficos e
exemplo de organização, é simplesmente, ridícula.
Uma abelha visita dez flores por minuto em busca de grãos (pólen) e de
solução doce néctar), para em conjunto produzir o mel. Um senador, um deputado,
visitam poucas vezes ás casas que deviam defender os interesses do povo
brasileiro para pelos menos produzir algo de interessante e importante, até que
aparecem por lá, para aprovar leis, regras, manutenção de regalias, que se não
são dos seus demônios pessoais, e não lhes dizem muito respeito, as lacunas são
frequentes.
Essas e muitas outras atividades que uma colmeia envolve se sucedem com
tanta precisão que é inevitável comparar a faina das abelhas com a dos seres
humanos. A historiadora inglesa Bee Wilson, da Universidade de Cambridge, nota
que essa comparação tem sido feita exaustivamente através dos séculos.
As observações de Bee Wilson encontram-se em seu livro lançado na
Inglaterra, The Hive: the Story of the Honeybee and Us (A Colmeia: a História
das Abelhas e de Nós), um passeio delicioso pelo fascínio da humanidade por
aquilo que o poeta romano Virgílio definiu como "pequenas repúblicas de
grandes líderes".
E quando falamos de líderes principalmente uma “ABELHA RAINHA”
estendendo o sentido nobre da palavra para ambos os sexos, no Brasil, a
carência a cada dia que passa, a cada eleição, a cada novo nome que surge na
política brasileira, os emissários que deviam ser os portas-vozes do povo, são
corruptos, desonestos, infiéis, tiranos e, não representam aquilo que o país
tanto precisa para sair do momento crítico e lamentável, porque, além de eles
mesmos, terem criado esse espetáculo de retrato caótico que afeta especialmente
os mais pobres, não existe um nome que possa liderar essa colmeia desorganizada
e á beira do abismo.
O Brasil dos Aécios, dos Lulas, dos Renans, dos Cunhas, das Martas, dos
Sarney, dos Collor, dos Campos, dos mais de 500 picaretas que estão a circular
no Congresso Nacional com seus ternos Armani, Ermenegildo Zegna, William Fioravanti, Desmond Merrion, enfim, não é mesmo uma colmeia, ou no sentido mais justo
da palavra, para não desrespeitar uma sociedade tão estruturada e harmônica como
a das abelhas, esse senhores bem vestidos e bem pagos forma uma verdadeira
quadrilha que todo dia assalto o povo brasileiro.
Por Everaldo
Matéria de O Grande Jornal – Mês de Setembro
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